REDAÇÃO: A PERSISTÊNCIA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NA SOCIEDADE BRASILEIRA


***Redações***

Titulo: Redação sem título.

Autor: Redação escrita por Anônimo.


Desde o século IV a.C filósofos teorizam a mulher como inferior ao homem. Aristóteles dizia que o dever da mulher era apenas procriar. São Tomás de Aquino, séculos depois, foi mais longe ao dizer que a mulher era um homem incompleto. A ideia de inferioridade da mulher também está presente na religiosidade – “A mulher deve ser submissa ao seu marido”. Diante disso, e do fato de o Brasil possuir uma das maiores população cristã do mundo, a ideia de mulher submissa está presente desde a infância das crianças brasileiras.

Meninos brincam de carrinho e meninas de casinha e comidinha. As brincadeiras de criança são um prelúdio da fase adulta. E desde pequenas, as meninas já sabem que precisam aprender a lavar, passar e cozinhar para cuidar bem de seus maridos. Quando chegam a adolescência: Meninos devem namorar o máximo de meninas para provar sua masculinidade, enquanto as meninas devem se guardar ao máximo a espera de um único rapaz, a quem deverá ser fiel e respeitar para o resto de sua vida. E assim vemos a cultura de submissão da mulher, que está presente desde séculos antes de Cristo, completamente estruturada socialmente em nossa sociedade.

Esses meninos e meninas crescem, e os meninos, agora homens, esperam a esposa perfeita e submissa como lhe foi ensinado que deveria ser. Porém as meninas, agora mulheres, ao crescerem e percebem que não devem se submeter a ninguém pois não são inferiores como há muito foi dito e ensinado. E assim, nascem as estatísticas atuais, de homens que se sentem donos de suas companheiras, que por não se submeterem a eles, sofrem diversos tipos de violência.

Diante disso, vemos que cultura da submissão da mulher, enraizada na sociedade brasileira, é um dos motivos da persistência da violência contra a mulher. Esse é um problema que deve ser tratado estruturalmente. As famílias brasileiras devem ser conscientizadas, através da mídia, com propagandas e ficções engajadas, sobre a igualdade entre homens e mulheres, e que um não é superior ao outro. Além disso, as Escolas também devem trabalhar essas questões com as crianças, que serão o futuro de nossa sociedade. Para que enfim, em um futuro próximo, essas diferenças não venham mais existir, e portando, a violência contra mulher não persista mais.

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Titulo: Ciclo vicioso deprimente

Autor: Sara


O contexto contemporâneo referente à mulher é marcado por grandes conquistas sociais. Vê-se isso, porque depois de lutas continuadas em movimentos feministas, as mulheres, hoje, contam com o direito a votarem e serem votadas. Além disso, o fim da segunda Guerra Mundial marcou a entrada de boa parcela das mulheres no mercado de trabalho. Esses avanços, contudo, não impulsionaram mudanças maciças nas ideologias dominadoras/preconceituosas que são impostas às mulheres. Percebe-se, por isso, em pleno século XXI, a persistência da violência contra o gênero feminino.

Para o sociólogo Durkhein, as atitudes são determinadas por fatos sociais. Isso significa que os indivíduos agem de acordo com convenções vigentes na sociedade. Nota-se,dessa forma, que, influenciados por ideologias machistas, muitos têm agido com preconceito e inferiorização às mulheres. Esses pensamentos são quase intrínsecos ao cotidiano, sendo, portanto, difíceis de serem detectados. Eles aparecem, por exemplo, quando se diz que as mulheres não têm aptidão para dirigir no trânsito ou se estereotipa certos empregos como estritamente masculinos.

A manutenção dessas ideologias é uma ameaça aos avanços para o gênero feminino. Confirma-se isso porque, a partir delas, crianças e jovens passam a agir consoantes a essas doutrinas, formando, por isso, um ciclo vicioso de continuidade de opressão à mulher. Parte desse ciclo é protagonizada pelas próprias vítimas e as instituições que as cercam. Entende-se essa questão porque, oprimidas por seus agressores e dotadas de pouca informação sobres seus direitos, elas sentem-se coagidas para denunciarem às autoridades seus contextos de vida. Forma-se, então, situação propícia à persistência desse quadro.

Nessa conjuntura, tem-se a lei Maria da Penha e a recém-criada lei do Feminicídio como mecanismos positivos para o combate da violência às mulheres. Deve haver, portanto, uso rígido e preciso delas pelas delegacias voltadas ao gênero feminino. Além disso, as Secretarias de Políticas para Mulheres precisam financiar propagandas nos veículos de imprensa para popularizar as leis e os disques-denúncia, o que daria mais respaldo às vítimas para denunciarem. Por último, as escolas, direcionadas pelo Ministério da Educação, precisam implantar, no cotidiano escolar, trabalhos e palestras que incentivem a juventude a agir contra o machismo. Dar-se- á fim, com isso, a esse ciclo vicioso deprimente.

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Titulo: Quem nunca viu um ato de violência contra mulher?

Autor: Gustavo Porto Porto


A persistência de uma cultura machista, trazida desde os primórdios, alastra-se em pleno século 21.Embora leis tenham sido criadas, a repressão feminina sempre existira.Deve-se elucidar os fatos tendo como objetivo propor soluções sem desrespeitar os direitos fundamentais de cada individuo.

Segundo o Forum Brasileiro de Segurança Pública, as praticas de violência domestica aumentou 32% em relação ao ano passado,o que era pra ser o contrario ainda continua, as mulheres sendo vitimas de vários tipos de violência, desde o assedio verbal até a morte . A lei Maria da Penha criada para coibir esse atos já estar em vigor há dez anos ,mas, não tem sua total eficacia:muitas vezes pela omissão da denuncia - repressão familiar e também ameça de seus repressores.

Além disso, uma ideologia trazida desde o inicio do tempos faz com que se propague geração por geração. Não se pode esquecer da violência moral, ou seja, que denigre a imagem de uma pessoa. Com a perpetuação da internet, são inúmeros os casos de mulheres que têm fotos e vídeos íntimos compartilhados sem autorização, o que ratifica a objetificação do corpo feminino. Logo, engana-se quem pensa que a violência é somente física. A partir do momento em que se aceita, a presidenta seja rudemente xingada em uma manifestação, ou mulheres ainda recebam salários menores que os homens, esse tipo imoral ganha contornos assustadores.

Fica evidente,portanto, o compromisso de administrar com mais consciência as mudanças proporcionadas pelo avanço do mundo globalizado, uma vez que a violência contra o sexo feminino é uma constante que tem que ser mudada . Sendo assim, desde que haja a parceria entre governo, comunidade e família, será possível amenizar essa ideologia hereditária, construindo o progresso sem desconsiderar a ordem.

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Titulo: Equilíbrio Aristotélico

Autor: Raphael Luan Carvalho de Souza


Ao longo do processo de formação do Estado brasileiro, do século XVI ao XXI, o pensamento machista consolidou-se e permaneceu forte. A mulher era vista, de maneira mais intensa na transição entre a Idade Moderna e a Contemporânea, como inferior ao homem, tendo seu direito ao voto conquistado apenas na década de 1930, com a chegada da Era Vargas. Com isso, surge a problemática da violência de gênero dessa lógica excludente que persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta mudança de mentalidade social.

É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. De acordo com Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a agressão contra a mulher rompe essa harmonia, haja vista que, embora a Lei Maria da Penha tenha sido um grande progresso em relação à proteção feminina, há brechas que permitem a ocorrência dos crimes, como as muitas vítimas que deixam de efetivar a denúncia por serem intimidadas. Desse modo, evidencia-se a importância do reforço da prática da regulamentação como forma de combate à problemática.

Outrossim, destaca-se o machismo como impulsionador da violência contra a mulher. Segundo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que o preconceito de gênero pode ser encaixado na teoria do sociólogo, uma vez que, se uma criança vive em uma família com esse comportamento, tende a adotá-lo também por conta da vivência em grupo. Assim, o fortalecimento do pensamento da exclusão feminina, transmitido de geração a geração, funciona como forte base dessa forma de agressão, agravando o problema no Brasil.

Entende-se, portanto, que a continuidade da violência contra a mulher na contemporaneidade é fruto da ainda fraca eficácia das leis e da permanência do machismo como intenso fato social. A fim de atenuar o problema, o Governo Federal deve elaborar um plano de implementação de novas delegacias especializadas nessa forma de agressão, aliado à esfera estadual e municipal do poder, principalmente nas áreas que mais necessitem, além de aplicar campanhas de abrangência nacional junto às emissoras abertas de televisão como forma de estímulo à denúncia desses crimes. Dessa forma, com base no equilíbrio proposto por Aristóteles, esse fato social será gradativamente minimizado no país.


Titulo: Desconstruindo ideologias: sob a égide da democracia

Autor: Amanda Della Togna Torres


O preconceito contra o sexo feminino é um problema que assola o cotidiano pós-moderno, sendo inúmeras as formas por meio das quais tal discriminação se apresenta. Seja por meio da violência física, psicológica, sexual ou patrimonial, as mulheres têm sofrido nas mãos de agressores que veem no sexo feminino um elemento "frágil", ideologia que é a completa antítese das democracias contemporâneas, supostamente liberais e igualitárias. Nesse contexto, deve-se discutir a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira.

Desde os primórdios da civilização, foi criado um estereótipo que reservava às mulheres apenas as funções domésticas e de procriação, excluindo a possibilidade de seu ingresso nas esferas da política ou mesmo do trabalho. Todavia, tal estereótipo vem sendo desconstruído, ao passo que as mulheres conquistam mais espaço nas relações sociais, políticas e econômicas ao redor do mundo. Toma-se como exemplo as lideranças políticas alemã, argentina e, principalmente, brasileira: hoje, tais cargos são exercidos por mulheres, realidade improvável há algumas décadas.

Todavia, ideologias preconceituosas e agressivas ainda são inerentes à sociedade brasileira, constituindo um entrave ao progresso da nação como um todo. Este quadro se torna evidente ao serem apresentados dados disponibilizados no site da revista "Istoé": no período de setembro de 2006 a março de 2011, mais de 330 mil processos com base na Lei Maria da Penha foram instaurados nos juizados e varas especializados. É no mínimo incoerente que, em pleno século XXI, junto a um cenário pautado pelas ideias de igualdade e liberdade como base fundamental de toda e qualquer democracia, ainda existam milhares de mulheres sofrendo por agressões de natureza absolutamente injustificável.

Assim, é imprescindível que medidas sejam tomadas para a compleição de uma democracia justa e igualitária em sua plenitude. Desse modo, cabe ao Governo tornar mais rígida a legislação concernente ao bem-estar do sexo feminino, tomando as devidas providências quando algo estiver em desacordo com o que prega a Lei; às escolas, cabe o dever de instruir as gerações futuras quanto à igualdade entre os cidadãos de uma democracia, conscientizando-os do caráter absurdo presente em atos discriminatórios e agressivos. Por fim, lança-se um apelo às vítimas, ressaltando-se que a denúncia é a forma mais eficiente de se combater o problema. Afinal, à guisa de Simone de Beauvoir, o opressor não seria tão forte se não encontrasse cúmplices entre os próprios oprimidos.


Titulo: Redação sem título.

Autor: Ana Santana Moioli


Figuras como Simone de Beauvoir, pensadora francesa, revolucionaram a discussão sobre igualdade de gênero em escala global, dando grande força ao movimento feminista nas últimas décadas. Inspirada na teoria existencialista de seu parceiro Sartre, Simone propôs que a existência precede a essência em todos os seres humanos, homens ou mulheres, de modo que a hierarquização ligada ao sexo biológico fosse uma completa convenção social. Apesar disso, no Brasil, o gênero feminino ainda encontra grandes dificuldades a serem superadas, com ênfase na persistente violência contra a mulher.

Embora já tenha havido notáveis avanços nessa luta, a mulher brasileira ainda é vítima de diversos tipos de agressões. A Lei Maria da Penha, que estabelece punições aos agressores, é um exemplo de conquista do movimento, tendo levado à justiça mais de 330 mil casos entre setembro de 2006 e março de 2011, segundo dados divulgados pela revista "IstoÉ". Por outro lado, neste mês de outubro, discute-se no poder legislativo a ideia de tornar novamente proibido o aborto em caso de estupro. Isto representa o risco de inúmeras mulheres (sobretudo as menos favorecidas), cuja dignidade já foi ferida no abuso sexual, perderem suas vidas em abortos clandestinos. Desse modo, é importante reconhecer que já houve, sim, vitórias, mas ainda se veem fortes resistências à batalha feminina.

Algo que contribui para o enraizamento da noção de inferioridade da mulher na mente dos brasileiros e, portanto, para a persistência de tal violência é a representação feminina na mídia. Mesmo em 2015, comerciais de cerveja, por exemplo, reduzem a figura das brasileiras a objetos sexuais, cujo único objetivo é servir os homens. Ao mesmo tempo, propagandas de produtos de limpeza a ainda existente relação aparentemente natural entre a mulher e a cozinha, sendo o marido o único capaz de trabalhar na sociedade e sustentar a família. Assim, a diferenciação entre gêneros torna-se quase inconsciente, o que acaba servindo como justificativa para que os números de mulheres agredidas não sejam levados tão a sério.

Os apontamentos acima evidenciam a necessidade de que sejam tomadas medidas a fim de proteger a mulher brasileira. O Estado deve ampliar a legislação voltada para a publicidade que expõe a figura feminina. É também preciso que escolas públicas e privadas invistam em discussões sobre gêneros, visando desconstruir convenções sociais. A mídia, na mesma linha, em vez de reificar a mulher, deveria promover programas de conscientização sobre o tema. Por fim, cabe à sociedade pressionar o governo em nome da regulamentação da prática do aborto, cuja proibição representa a falta de reconhecimento de uma violência em massa contra as mulheres.


Titulo: Violação à dignidade feminina

Autor: Cecília Maria Lima


Historicamente, o papel feminino nas sociedades ocidentais foi subjugado aos interesses masculinos e tal paradigma só começou a ser contestado em meados do século XX, tendo a francesa Simone de Beauvoir como um dos expoentes do movimento por igualdade de gênero. Conquanto tenham sido obtidos avanços no que diz respeito aos direitos civis, a violência contra a mulher é uma problemática persistente no Brasil, uma vez que ela se dá–na maioria das vezes– no âmbito doméstico. Esse fato se deve às dificuldades em denunciar o agressor e à vergonha de se expor e assumir a condição de vítima.

Com efeito, ao longo das últimas décadas, a mulher ganhou notável destaque nas representações políticas e no mercado de trabalho. As relações na vida privada, contudo, ainda obedecem a uma lógica machista em muitas famílias. Nesse contexto, a agressão parte de um pai, irmão, marido ou filho, condição de parentesco essa que desencoraja a vítima a prestar queixas, visto que há um vínculo sanguíneo e afetivo que ela teme romper.

Outrossim, é válido salientar que a violência de gênero está presente em todas as camadas sociais. Ela se revela não apenas nas marcas físicas de um assassinato ou estupro, mas também nos atos de misoginia e ridicularização da figura feminina em hábitos culturais como piadas e músicas populares. Essa é a opressão simbólica da qual trata o sociólogo Pierre Bourdieu: a violação aos Direitos Humanos não consiste somente no embate físico, ela está, sobretudo, no ato de perpetuar preconceitos que atentam contra a dignidade de um grupo social.

Destarte, o Brasil está alguns passos à frente de outros países em relação ao combate à violência contra mulheres, tendo em vista, por exemplo, a Lei Maria da Penha. Entretanto, é necessário endurecer as penalidades para coibir essa prática. Assim, uma iniciativa plausível tomada pelo Congresso Nacional no intuito de tipificar o feminicídio como crime de ódio e hediondo deve fazer com que agressores tenham penas maiores a cumprir. Em contrapartida, o Estado deve aumentar o número de delegacias de apoio à mulher com turnos de 24 horas para que a sociedade também colabore denunciando. O debate sobre essa questão deve ser permanente nas escolas e no meio social, pois só assim é possível transformar maus preconceitos em uma cultura de paz.


Titulo: Dói, um tapinha dói

Autor: Fábio Lopes Júnior


A Revolução Francesa foi responsável por levar ao mundo os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Desde lá, de fato, o movimento feminista busca a universalização dos direitos civis e sociais, promovida pela Revolução. Entretanto, é notório que os valores patriarcalistas, os quais consideram a mulher inferior ao homem, insistem em permear as diversas instâncias sociais brasileiras, inserindo a inverdade de um possível controle masculino sobre o corpo da mulher, o que desemboca em crimes de violência e assédio contra elas.

Nesse viés, a educação familiar e escolar oferecida aos meninos difere, ainda, da oferecida às meninas. Dessa maneira, é possível observar que desde pequenas, as crianças recebem valores conservadores que separam socialmente homens e mulheres por diferenças biológicas, oferecendo privilégios aos primeiros. Assim, quando adultos, os indivíduos ajudam a propagar o machismo, de modo que a superioridade idealizada pelo homem chega a passar despercebida pela sociedade civil, como a exemplo do sucesso obtido por músicas que incitam, claramente, a violência contra as mulheres.

Ademais, as políticas públicas de combate à violência doméstica e ao feminicídio, por exemplo, encontram dificuldades na falta de denúncias. Nesse contexto, os diversos assédios morais e físicos sofridos diariamente pelas mulheres não recebem a devida punição. Isso pode ser ilustrado pela campanha lançada nas redes sociais, em outubro de 2015, intitulada "#PrimeiroAssédio", na qual as mulheres traziam à tona relatos de atos de violência masculina que não foram devidamente punidos.

Em suma, a violência contra a mulher é fruto de valores machistas persistentes na sociedade. Portanto, é necessário que a escola e as famílias, como agentes educadores, mostrem aos seus filhos que as diferenças biológicas entre homens e mulheres não são fatores de superioridade e inferioridade, consoante ao pensamento da filósofa iluminista Mary Wollstonecraft, "a mente não tem gênero". Além disso, ONGs de defesa da mulher devem, por meio das redes sociais, apresentar as diversas formas denúncia e os direitos garantidos a elas pela Constituição. Por fim, é importante que as grandes mídias apresentem em suas novelas e programas exemplos de mulheres bem-sucedidas e independentes de uma presença masculina, de modo a atenuar o machismo.


Titulo: Redação sem título.

Autor: Izadora Furtado


A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira é um problema muito presente. Isso deve ser enfrentado, uma vez que muitas mulheres sofrem diariamente com esta questão. Nesse sentido, dois aspectos fazem-se relevantes: o legado histórico-cultural e o que é previsto por lei.

Segundo a História, a mulher sempre foi vista como inferior e submissa ao homem. Prova disso é o fato de elas poderem exercer direitos políticos, ingressarem no mercado de trabalho e escolherem suas próprias roupas muito tempo depois do gênero oposto. Esse cenário, juntamente aos inúmeros casos de violência contra as mulheres, corroboram a ideia de que elas são vítimas de um legado histórico-cultural. Nesse ínterim, a cultura machista foi a que prevaleceu ao longo dos anos e enraizou-se na sociedade contemporânea, mesmo de forma implícita à primeira vista.

Conforme previsto pela Constituição Brasileira, todos são iguais perante à lei, independente de cor, raça e gênero, sendo a isonomia salarial, aquela que prevê o mesmo salário para os que desempenham a mesma função, também garantida por lei. No entanto, o que se observa em diversas partes do país é a gritante diferença entre os salários de homens e mulheres, principalmente se esta for negra. Esse fato causa extrema decepção e constrangimento a elas, as quais sentem-se inseguras e sem ter a quem recorrer. Desse modo, medidas fazem-se necessárias para solucionar a problemática.

Diante dos argumentos supracitados, é dever do Estado proteger as mulheres da violência, seja física ou moral, criando leis mais rígidas e punições mais severas para aqueles que cometem agressões contra as mulheres. Some-se a isso investimentos em educação, valorizando e capacitando os professores, no intuito de formar cidadãos mais comprometidos com o bem-estar de todos.


Titulo: Redação sem título.

Autor: Luana Natália de Sena


Figuras como Simone de Beauvoir, pensadora francesa, revolucionaram a discussão sobre igualdade de gênero em escala global, dando grande força ao movimento feminista nas últimas décadas. Inspirada na teoria existencialista de seu parceiro Sartre, Simone propôs que a existência precede a essência em todos os seres humanos, homens ou mulheres, de modo que a hierarquização ligada ao sexo biológico fosse uma completa convenção social. Apesar disso, no Brasil, o gênero feminino ainda encontra grandes dificuldades a serem superadas, com ênfase na persistente violência contra a mulher.


Embora já tenha havido notáveis avanços nessa luta, a mulher brasileira ainda é vítima de diversos tipos de agressões. A Lei Maria da Penha, que estabelece punições aos agressores, é um exemplo de conquista do movimento, tendo levado à justiça mais de 330 mil casos entre setembro de 2006 e março de 2011, segundo dados divulgados pela revista "IstoÉ". Por outro lado, neste mês de outubro, discute-se no poder legislativo a ideia de tornar novamente proibido o aborto em caso de estupro. Isto representa o risco de inúmeras mulheres (sobretudo as menos favorecidas), cuja dignidade já foi ferida no abuso sexual, perderem suas vidas em abortos clandestinos. Desse modo, é importante reconhecer que já houve, sim, vitórias, mas ainda se veem fortes resistências à batalha feminina.


Algo que contribui para o enraizamento da noção de inferioridade da mulher na mente dos brasileiros e, portanto, para a persistência de tal violência é a representação feminina na mídia. Mesmo em 2015, comerciais de cerveja, por exemplo, reduzem a figura das brasileiras a objetos sexuais, cujo único objetivo é servir os homens. Ao mesmo tempo, propagandas de produtos de limpeza a ainda existente relação aparentemente natural entre a mulher e a cozinha, sendo o marido o único capaz de trabalhar na sociedade e sustentar a família. Assim, a diferenciação entre gêneros torna-se quase inconsciente, o que acaba servindo como justificativa para que os números de mulheres agredidas não sejam levados tão a sério.

Os apontamentos acima evidenciam a necessidade de que sejam tomadas medidas a fim de proteger a mulher brasileira. O Estado deve ampliar a legislação voltada para a publicidade que expõe a figura feminina. É também preciso que escolas públicas e privadas invistam em discussões sobre gêneros, visando desconstruir convenções sociais. A mídia, na mesma linha, em vez de reificar a mulher, deveria promover programas de conscientização sobre o tema. Por fim, cabe à sociedade pressionar o governo em nome da regulamentação da prática do aborto, cuja proibição representa a falta de reconhecimento de uma violência em massa contra as mulheres.


Titulo: Redação sem título.

Autor: Paula Vitória Macêdo


Há algumas décadas, era comum que a mulher estivesse associada apenas aos papéis de mãe, esposa e dona de casa. Através dos movimentos sociais ocorridos entre as décadas de 1970 e 1980, essa situação mudou: a mulher conquistou seu espaço no mercado de trabalho e na sociedade, passando a ter direitos políticos, por exemplo. Entretanto, apesar das conquistas, entre elas a Lei Maria da Penha, a mulher continua a sofrer diversos tipos de violência, decorrentes do pensamento machista e patriarcal que ainda são perpetuados na sociedade brasileira.


Ainda que a violência física e sexual sejam as mais óbvias, são várias as formas como se pratica a violência contra a mulher. Um dessas formas é a violência psicológica, praticada através dos ideais de beleza impostos pela mídia e pela sociedade, os quais reificam o corpo feminino. Prova disso é que as mulheres ainda são utilizadas como objetos para a satisfação e admiração masculina em propagandas de cerveja, por exemplo. Outra forma de violência é a moral: mulheres continuam sendo assediadas no trabalho, nas ruas e nos transportes coletivos. Somada ao assédio no trabalho, está ainda a disparidade de salários entre homens e mulheres: dados do IBGE apontam que o salário da mulher pode chegar a ser 30% inferior ao de homens que ocupam o mesmo cargo. Já a violência sexual é justificada socialmente através da cultura de estupro, por meio da qual a culpa é atribuída a vítima. Dessa maneira, mulheres continuam sendo privadas de sua liberdade para vestir sair ou ser o que quiserem.


Sendo assim, essas formas de violência, que muitas vezes passam despercebidas pela sociedade, são frutos de uma cultura machista que ainda prevalece no Brasil. Afinal, apesar de todas as conquistas que a mulher obteve e das leis que a protege, não houve quaisquer reformas que possibilitassem a quebra das estruturas que sustentam e justificam essas violências. Dessa forma, meninos continuam sendo educados para comandar a mulher enquanto meninas continuam sendo educadas para serem donas de casa. Esse modelo binário de educação de gênero é o principal fator que permite a persistência da violência contra a mulher.

Nesse contexto, faz-se necessário mudar o pensamento machista sob o qual a violência se sustenta. Assim, em primeiro lugar, o Estado deve regular as propagandas que reificam o corpo feminino. Somado a isso, deve promover a igualdade entre os salários bem como deve garantir segurança das mulheres nos transportes coletivos e nas ruas, através de investimentos em segurança pública. Em segundo lugar, deve-se implementar nas escolas e universidades uma educação de gênero por meio da qual se desconstrua, paulatinamente o pensamento patriarcal.


Titulo: Redação sem título. 

Autor: Amanda Carvalho Maia Castro


A violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos significativos nas últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de mortes por essa causa aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de 2014 relatou cerca de 48% de outros tipos de violência contra a mulher, dentre esses a psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas.

O Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da sociedade patriarcal. Isso se dá porque, ainda no século XXI, existe uma espécie de determinismo biológico em relação às mulheres. Contrariando a célebre frase de Simone de Beavouir “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, a cultura brasileira, em grande parte, prega que o sexo feminino tem a função social de se submeter ao masculino, independentemente de seu convívio social, capaz de construir um ser como mulher livre. Dessa forma, os comportamentos violentos contra as mulheres são naturalizados, pois estavam dentro da construção social advinda da ditadura do patriarcado. Consequentemente, a punição para este tipo de agressão é dificultada pelos traços culturais existentes, e, assim, a liberdade para o ato é aumentada.

Além disso, já o estigma do machismo na sociedade brasileira. Isso ocorre porque a ideologia da superioridade do gênero masculino em detrimento do feminino reflete no cotidiano dos brasileiros. Nesse viés, as mulheres são objetificadas e vistas apenas como fonte de prazer para o homem, e são ensinadas desde cedo a se submeterem aos mesmos e a serem recatadas. Dessa maneira, constrói-se uma cultura do medo, na qual o sexo feminino tem medo de se expressar por estar sob a constante ameaça de sofrer violência física ou psicológica de seu progenitor ou companheiro. Por conseguinte, o número de casos de violência contra a mulher reportados às autoridades é baixíssimo, inclusive os de reincidência.

Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas brasileiras dificultam a erradicação da violência contra a mulher no país. Para que essa erradicação seja possível, é necessário que as mídias deixem de utilizar sua capacidade de propagação de informação para promover a objetificação da mulher e passe a usá-la para difundir campanhas governamentais para a denúncia de agressão contra o sexo feminino. Ademais, é preciso que o Poder Legislativo crie um projeto de lei para aumentar a punição de agressores, para que seja possível diminuir a reincidência. Quem sabe, assim, o fim da violência contra a mulher deixe de ser uma utopia para o Brasil.


Titulo: Parte desfavorecida

Autor: Anna Beatriz Alvares Simões Wreden


De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um “corpo biológico” por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Desse modo, para que esse organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos os direitos dos cidadãos sejam garantidos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre, pois em pleno século XXI as mulheres ainda são alvos de violência. Esse quadro de persistência de maus tratos com esse setor é fruto, principalmente, de uma cultura de valorização do sexo masculino e de punições lentas e pouco eficientes por parte do Governo.

Ao longo da formação do território brasileiro, o patriarcalismo sempre esteve presente, como por exemplo na posição do “Senhor do Engenho”, consequentemente foi criada uma noção de inferioridade da mulher em relação ao homem. Dessa forma, muitas pessoas julgam ser correto tratar o sexo feminino de maneira diferenciada e até desrespeitosa. Logo, há muitos casos de violência contra esse grupo, em que a agressão física é a mais relatada, correspondendo a 51,68% dos casos. Nesse sentido, percebe-se que as mulheres têm suas imagens difamadas e seus direitos negligenciados por causa de uma cultural geral preconceituosa. Sendo assim, esse pensamento é passado de geração em geração, o que favorece o continuismo dos abusos.

Além dessa visão segregacionista, a lentidão e a burocracia do sistema punitivo colaboram com a permanência das inúmeras formas de agressão. No país, os processos são demorados e as medidas coercitivas acabam não sendo tomadas no devido momento. Isso ocorre também com a Lei Maria da Penha, que entre 2006 e 2011 teve apenas 33,4% dos casos julgados. Nessa perspectiva, muitos indivíduos ao verem essa ineficiência continuam violentando as mulheres e não são punidos. Assim, essas são alvos de torturas psicológicas e abusos sexuais em diversos locais, como em casa e no trabalho.

A violência contra esse setor, portanto, ainda é uma realidade brasileira, pois há uma diminuição do valor das mulheres, além do Estado agir de forma lenta. Para que o Brasil seja mais articulado como um “corpo biológico” cabe ao Governo fazer parceria com as ONGs, em que elas possam encaminhar, mais rapidamente, os casos de agressões às Delegacias da Mulher e o Estado fiscalizar severamente o andamento dos processos. Passa a ser a função também das instituições de educação promoverem aulas de Sociologia, História e Biologia, que enfatizem a igualdade de gênero, por meio de palestras, materiais históricos e produções culturais, com o intuito de amenizar e, futuramente, acabar com o patriarcalismo. Outras medidas devem ser tomadas, mas, como disse Oscar Wilde: “O primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação. ”


Titulo: Conserva a Dor

Autor: Caio Nobuyoshi Koga


O Brasil cresceu nas bases parternalistas da sociedade europeia, visto que as mulheres eram excluídas das decisões políticas e sociais, inclusive do voto. Diante desse fato, elas sempre foram tratadas como cidadãs inferiores cuja vontade tem menor validade que as demais. Esse modelo de sociedade traz diversas consequências, como a violência contra a mulher, fruto da herança social conservadora e da falta de conscientização da população.

Casos relatados cotidianamente evidenciam o conservadorismo do pensamento da população brasileira. São constantes as notícias sobre o assédio sexual sofrido por mulheres em espaços públicos, como no metrô paulistano. Essas ações e a pequena reação a fim de acabar com o problema sofrido pela mulher demonstram a normalidade da postura machista da sociedade e a permissão velada para o seu acontecimento. Esses constantes casos são frutos do pensamento machista que domina a sociedade e descende diretamente do paternalismo em que cresceu a nação.

Devido à postura machista da sociedade, a violência contra a mulher permanece na contemporaneidade, inclusive dentro do Estado. A mulher é constantemente tratada com inferioridade pela população e pelos próprios órgãos públicos. Uma atitude que demonstra com clareza esse tratamento é a culpabilização da vítima de estupro que, chegando à polícia, é acusada de causar a violência devido à roupa que estava vestindo. A violência se torna dupla, sexual e psicológica; essa, causada pela postura adotada pela população e pelos órgãos públicos frente ao estupro, causando maior sofrimento à vítima.

O pensamento conservador, machista e misógino é fruto do patriarcalismo e deve ser combatido a fim de impedir a violência contra aquelas que historicamente sofreram e foram oprimidas. Para esse fim, é necessário que o Estado aplique corretamente a lei, acolhendo e atendendo a vítima e punindo o violentador, além de promover a conscientização nas escolas sobre a igualdade de gênero e sobre a violência contra a mulher. Cabe à sociedade civil, o apoio às mulheres e aos movimentos feministas que protegem as mulheres e defendem os seus direitos, expondo a postura machista da sociedade. Dessa maneira, com apoio do Estado e da sociedade, aliado ao debate sobre a igualdade de gênero, é possível acabar com a violência contra a mulher.


Titulo: Por um basta na violência contra a mulher

Autor: José Miguel Zanetti Trigueros


A violência contra a mulher no Brasil ainda é grande. Entretanto, deve haver uma distinção entre casos gerais (que ocorrem independentemente do sexo da vítima) e casos específicos. Os níveis de homicídios, assaltos, sequestros e agressões são altos, portanto, o número de mulheres atingidas por esse índice também é grande. Em casos que a mulher é vítima devido ao seu gênero, como estupros, abusos sexuais e agressões domésticas, as Leis Maria da Penha e do Feminicídio, aliadas às Delegacias das Mulheres e ao Ligue 180 são meios de diminuir esses casos.

O sistema de segurança no Brasil é falho. Como a violência é alta e existe uma enorme burocracia, os casos denunciados e julgados são pequenos. Além do mais, muitas mulheres têm medo de seus companheiros ou dependem financeiramente deles, não contando as agressões que sofrem. Dessa forma, mais criminosos ficam livres e mais mulheres se tornam vítimas.

Alguns privilégios são necessários para garantir a integridade física e moral da vítima, como a Lei Maria da Penha, que é um marco para a igualdade de gênero e serve de amparo para todo tipo de violência doméstica e já analisou mais de 300 mil casos. Há também medidas que contribuem para reduzir assédios sexuais e estupros, como a criação do vagão feminino em São Paulo e a permissão para que ônibus parem em qualquer lugar durante a noite, desde que isso seja solicitado por uma mulher.

Também é alarmante os casos que envolvem turismo sexual. Durante a Copa do Mundo de 2014, houve um grande fluxo de estrangeiros para o Brasil. Muitos vêm apenas para se relacionar com as mulheres brasileiras, algo ilegal, que que prostituição é crime. Não bastasse, o pior é o envolvimento de menores de idade. Inúmeros motivos colocam crianças e adolescentes nessa vida, como o abandono familiar, o aliciamento por terceiros e até sequestros.

Portanto, para reduzir drasticamente a violência contra a mulher, deve ocorrer uma intensificação na fiscalização, através das Leis que protegem as vítimas femininas. No que se refere à punição dos criminosos, deve ocorrer o aumento das penas ou até atitudes mais drásticas, como a castração química de estupradores (garantindo a reincidência zero). Para aumentar o número de denúncias, a vítima deve se sentir protegida e não temer nada. Por isso, mobilizações sociais, através de propagandas e centros de apoio devem ser adotadas. Todas essas medidas culminariam em mais denúncias, mais julgamentos e mais prisões, além de diminuir os futuros casos, devido às prisões exemplares.


Titulo: Redação sem título.

Autor: Julia Guimarães Cunha


O feminismo é o movimento que luta pela igualdade social, política e econômica dos gêneros. Hodiernamente, muitas conquistas em prol da garantia dessas igualdades já foram alcançadas – a exemplo do direito ao voto para as mulheres, adquirido no Governo Vargas. Entretanto, essas conquistas não foram suficientes para eliminar o preconceito e a violência existentes na sociedade brasileira.

De acordo com o site “Mapa da Violência”, nas últimas três décadas houve um aumento de mais de 200% nos índices de feminicídio no país. Esse dado evidencia a baixa eficiência dos mecanismos de auxílio à mulher, tais como a Secretaria de Políticas para as mulheres e a Lei Maria da Penha. A existência desses mecanismos é de suma importância, mas suas ações não estão sendo satisfatórias para melhorar os índices alarmantes de agressões contra o, erroneamente chamado, “sexo frágil.”

Mas, apesar de ser o principal tipo, não é só agressão física a responsável pelas violências contra a mulher. Devido ao caráter machista e patriarcal da sociedade brasileira, o preconceito começa ainda na juventude, com o tratamento desigual dado a filhos e filhas – comumente nota-se uma maior restrição para o sexo feminino. Além disso, há a violência moral, ainda muito frequente no mercado de trabalho. Pesquisas comprovam que, no Brasil, o salário dado a homens e mulheres é diferente, mesmo com ambos exercendo a mesma função. Ademais, empresas preferem contratar funcionários do sexo masculino para não se preocuparem com uma possível licença maternidade.

É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a segurança da mulher brasileira. Desse modo, o Estado deve, mediante a ampliação da atuação dos órgãos competentes, assegurar o atendimento adequado às vítimas e a punição correta aos agressores. Além disso, cabe às empresas a garantia de igualdade no espaço laboral, pagando um salário justo e admitindo funcionários pela sua qualificação, livre de preconceitos. Por fim, é dever da sociedade o respeito ao sexo feminino, tratando igualmente homem e mulher. Assim, alcançar-se-á uma sociedade igualitária e de harmonia para ambos os gêneros.


Titulo: Redação sem título.

Autor: Sofia Dolabela Cunha Saúde Belém


É inegável o fato de que, na sociedade brasileira contemporânea, a igualdade de gêneros é algo que existe apenas na teoria. Medidas como a criação da Lei Maria da Penha e da Delegacia da Mulher, apesar de auxiliarem na fiscalização contra a violência ao sexo feminino e na proteção das vítimas, são insuficientes e pouco eficazes, algo comprovado através da alta taxa de feminicídios ocorridos em nosso país, além dos enormes índices de relatos de vítimas de violência.

O aumento notório de crimes contra a mulher realizados na última década deve-se a inúmeros fatores. A completa burocracia presente nos processos de atendimento às vítimas de estupro, por exemplo, refuta mulheres que apresentam traumas e não recebem acompanhamento psicológico adequado, sendo orientadas a realizar o exame de corpo de delito, procedimento, por vezes, invasivo. Além disso, é comum que o relato da vítima tenha sua veracidade questionada, não recebendo a atenção necessária. Com o afastamento de possíveis denúncias, não há redução no número de assassinatos e de episódios violentos.

A cultura machista em que estamos inseridos dissemina valores como a culpabilização da vitima: muitas vezes, a mulher se cala porque pensa que é a culpada pela violência que sofre. Acredita-se, também, que apenas a violência física e sexual deve ser denunciada, ou que a opressão moral é algo comum. A passividade diante de tais situações cede espaço para o crescimento de comportamentos violentos dentro da sociedade.

Tendo em vista as causas dos altos índices de violência contra a mulher no Brasil, é necessário que haja intervenção governamental para aprimorar os órgãos de defesa contra tais crimes, de modo a tornar o atendimento mais rápido e atencioso. O mais importante, no entanto, é atingir a origem do problema e instituir em escolas aulas obrigatórias sobre igualdade de gênero, apresentando de forma mais simples conceitos desenvolvidos, por exemplo, por Simone de Beauvoir, de modo a desconstruir desde cedo ideias preconceituosas que são potenciais estimulantes para futuros comportamentos violentos.



Titulo: Redação sem título.

Autor: Valéria da Silva Alves


A submissão da mulher em uma sociedade patriarcalista como a brasileira é um fato que tem origens históricas. Por todo o mundo, a figura feminina teve seus direitos cerceados e a liberdade limitada devido ao fato de ser considerada “frágil” ou “sensível”, ainda que isso não pudesse ser provado cientificamente. Tal pensamento deu margem a uma ampla subjugação da mulher e abriu portas a atos de violência a ela direcionados.

Nessa perspectiva, a sociedade brasileira ainda é pautada por uma visão machista. A liberdade feminina chega a ser tão limitada ao ponto que as mulheres que se vestem de acordo com as próprias vontades, expondo partes do corpo consideradas irreverentes, correm o risco de seres violentadas sob a justificativa de que “estavam pedindo por isso”. Esse pensamento perdura no meio social, ainda que muitas conquistas de movimento feministas – pautados no existencialismo da filósofa Simone de Beauvoir – tenham contribuído para diminuir a percepção arcaica da mulher como objeto.

Diante disso, as famílias brasileiras com acesso restrito à informação globalizada ou desavisadas a respeito dos direitos humanos continuam a pôr em prática atos atrozes em direção àquela que deveria ser o centro de gravitação do lar. A violência doméstica, em especial física e psicológica, é praticada por homens com necessidade de autoafirmação ou sob influência de drogas (com destaque para o álcool) e faz milhares de vítimas diariamente no país. Nesse sentido, a criação de leis como a do feminicídio e Maria da Penha foram essenciais para apaziguar os conflitos e dar suporte a esse grupo antes marginalizado.

Paralelo a isso, o exemplo dado pelo pai ao violentar a companheira tem como consequência a solidificação desse comportamento psicológico dos filhos. As crianças, dotadas de pouca capacidade de discernimento, sofrem ao ver a mãe sendo violentada e têm grandes chances de se tornarem adultos violentos, contribuindo para a manutenção das práticas abusivas nas gerações em desenvolvimento e dificultando a extinção desse comportamento na sociedade.

Desde os primórdios, nas primeiras sociedades formadas na Antiguidade até hoje, a mulher luta por liberdade, representatividade e respeito. O Estado pode contribuir nessa conquista ao investir em ONGs voltadas à defesa dos direitos femininos e ao mobilizar campanhas e palestras públicas em escolas, comunidades e na mídia, objetivando a exposição da problemática e o debate acerca do respeito aos direitos femininos. É importante também a criação de um projeto visando a distribuição de histórias em quadrinhos e livros nas escolas, conscientizando as crianças e jovens sobre a "igualdade de gênero" de forma interativa e divertida.


Titulo: Da teoria à prática

Autor: Richard Wagner Caputo Neves


Desde o Iluminismo, já sabemos – ou deveríamos saber – que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa a persistência da violência contra a mulher no Brasil em pleno século XXI, percebe-se que esse ideal iluminista é verificado na teoria e não desejavelmente na prática. Muitos importantes passos já foram dados na tentativa de se reverter esse quadro. Entretanto, para que seja conquistada uma convivência realmente democrática, hão de ser analisadas as verdadeiras causas desse mal.

Em uma primeira abordagem, é importante sinalizar que, ainda que leis como a “Maria da Penha” tenham contribuído bastante para o crescimento do número de denúncias relacionadas à violência – física, moral, psicológica, sexual – contra a mulher, ainda se faz presente uma limitação. A questão emocional, ou seja, o medo, é uma causa que desencoraja inúmeras denúncias: muitas vezes, a suposta submissão econômica da figura feminina agrava o desconforto. Em outros casos, fora do âmbito familiar, são instrumentos da perpetuação da violência o medo de uma retaliação do agressor e a “vergonha social”, o que desestimula a busca por justiça e por direitos, peças-chave na manutenção de qualquer democracia.

Em uma análise mais aprofundada, devem ser considerados fatores culturais e educacionais brasileiros. Por muito tempo, a mulher foi vista como um ser subordinado, secundário. Esse errôneo enraizamento moral se comunica com a continuidade da suposta “diminuição” da figura feminina, o que eventualmente acarreta a manutenção de práticas de violência das mais variadas naturezas. A patriarcal cultura verde-amarela, durante muitos anos, foi de encontro aos princípios do Iluminismo e da Revolução Francesa: nesse contexto, é fundamental a reforma de valores da sociedade civil.

Torna-se evidente, portanto, que a persistência da violência contra a mulher no Brasil é grave e exige soluções imediatas, e não apenas um belo discurso. Ao Poder Judiciário, cabe fazer valer as leis já existentes, oriundas de inúmeros discursos democráticos. A mídia, por meio de ficções engajadas, deve abordar a questão instigando mais denúncias – cumprindo, assim, o seu importante papel social. A escola, instituição formadora de valores, junto às Ong's, deve promover palestras a pais e alunos que discutam essa situação de maneira clara e eficaz. Talvez dessa forma a violência contra a mulher se faça presente apenas em futuros livros de história e a sociedade brasileira possa transformar os ideais iluministas em prática, e não apenas em teoria.  

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